sexta-feira, 25 de novembro de 2011

GREVE GERAL SEM MUITA EXPOSIÇÃO!

FOI REAL E DRAMÁTICO O DIA 24 DE NOVEMBRO! 

A adesão à greve geral de ontem dia 24 de Novembro no distrito do Porto, foi apreensiva e "residual", tendo em alguns casos pontuais os trabalhadores aderido à greve, mas particularmente criou-me uma grande surpresa.
Na avenida da liberdade, notou-se que os trabalhadores viveram um grande momento de dificuldade e insegurança, principalmente quanto à redução do subsídio de Natal, que se viria a agravar economicamente mais, na falta de um dia a menos por estarem ausentes ao serviço impossibilitando a sua comparência.
Apesar das grandes dificuldades para encontrar um local onde pudesse estacionar, o cenário de forma alguma me dava um balanço positivo e à medida que me cruzava com gente triste de olhos no chão, notava que corriam sem se preocuparem com a força que ultimamente nos obrigava a obedecer, a estarem indiferentes e a não reclamar.
 
Supunha milhares nessa tarde cinzenta, mas eram apenas algumas centenas.
Terminada a greve, dispersou a multidão e desiludido encontrei-me a vaguear, a lembrar aquela avenida noutros tempos, em que era funcionário do Sindicato do Ferroviários e sonhava com o meu país, o que lhe tinha acontecido. 
 
Foi real e dramático! Senti vergonha!
Tinha-me afirmado contra a submissão, tinha erguido a minha voz, tinha dito não ao extermínio dos  nossos direitos e da nossa identidade, e não vi colegas ou até companheiros.
 Desapontado, deambulei pelas ruas, e quando dei por mim começava a escurecer, pensava se ninguém luta também ninguém nos acudirá para mudar de paradigma! Via a transformação das classes sociais, que nos colocaram mais pobres!...parecia um náufrago ameaçado por um trágico destino, onde velhos descansavam na calçada e novos faziam fila para receber uma refeição, via uma criança descalça que vacilava de fome, para receber um simples pão, segurava numa mão alguns velhos jornais e na outra um papelão, para dormitar.
   
Vi que realmente, estávamos num mundo em que as pessoas tinham perdido a consciência, tinham perdido tudo aquilo que um ser humano tinha de melhor; a esperança e a dignidade.
Pela primeira vez, senti que o país ia “derreter” tudo aquilo que o homem conquistou ao longo da sua existência.
E a verdade era só uma.

TODOS ÉRAMOS CULPADOS!

Novelas 25 de Novembro de 2011


3 comentários:


  1. “A desobediência civil não é o nosso problema. O nosso problema é a obediência civil. O nosso problema é que pessoas por todo o mundo têm obedecido às ordens de líderes e milhões têm morrido por causa dessa obediência. O nosso problema é que as pessoas são obedientes por todo o mundo face à pobreza, fome, estupidez, guerra e crueldade. O nosso problema é que as pessoas são obedientes enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país. É esse o nosso problema.” - Howard Zinn

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  2. Amigo: Como sabes não estou no activo, senão era mais um dia que ia pró maneta. Sempre fiz greve na EDP. Fico triste como uma empresa daquelas já não conta para as estatísticas das greves. Não existe consciência de classe e aqueles que aderiam hoje estão em casa. Fico triste mas é esta a realidade. No meu íntimo, felicito todos aqueles que aderiram, porque estão a fazer história, neste país vendido ao desbarato com os votos da maioria. Um abraço

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  3. Meu grande amigo: Será possível uma melhoria na já existente democracia? Haverá forma de globalizar a consciencialização? Será possível combater a precariedade Mundial? De que forma, e em que medida, é possível refazer VERDADEIRAMENTE um 25 de Abril? Será necessário chegar a este extremo? Estas são as questões que me têm surgido, ao longo da presente crise financeira. Um grande abraço!

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