JORNAL A GALGA


A CRISE FINANCEIRA – “GRANDES PATIFES!”

Agora que presentemente estão identificadas as raízes dos problemas da crise, não devemos ficar de forma alguma surpreendidos.
A permanente busca na construção de alternativas às políticas neoliberais e ao domínio do mundo pelo capital, por qualquer forma de imperialismo, levaram o FSM no ano de 2008 em Penafiel assim como em todo o mundo, a reflectir sobre a crise económica financeira e a pobreza/globalização.
Milhares de mulheres e homens de todas as idades, organizações, redes, movimentos e sindicatos de todas as partes do planeta, aldeias e regiões, zonas rurais e centros urbanos, povos, culturas e crenças, reuniram-se para despertar o problema, que os mais atentos já á muito adivinhavam.
Como actor da região, participei, na presença do senhor presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza - Padre Jardim Moreira; as senhoras deputadas Ana Gome e Elisa Ferreira; o deputado João Teixeira Lopes, e Paulo Esperança, com uma apresentação pública das diversidades de acções, solidárias num espaço de cidadania plural, alertando o problema.
Não nos limitamos por isso a cumprir o papel marginal de consciência contestatária das questões regionais e planetárias, mas afirmamo-nos antes com um trabalho na certeza de que a crise financeira ia caminhar e devastar, o País a Europa e o Mundo.
O risco e as consequências que uma globalização desregulada, fruto da imposição de uma ideologia neoliberal já afamavam o mercado e subestimavam o papel do Estado na economia.
Em oposição à globalização do capital, propusemos a globalização do bem-estar, um mundo de paz, solidário, sem fome nem pobreza, com ambiente equilibrado e saudável que, estávamos e estamos convictos, que é possível e há-de acontecer.
Mencionamos também, o predomínio dos interesses financeiros em quererem controlar a Europa e o País. A burla financeira já sobrevalorizava os objectivos de lucro a curto prazo.
E o desrespeito pelos elementares princípios éticos; a desconsideração de objectivos da coesão social e sustentabilidade ambiental; bem como o enfraquecimento do papel dos Estados nacionais sem que se tenham criado mecanismos políticos supranacionais à altura, só poderiam dar resultados avassaladores.
Só passaram três anos, depois de 26 de Janeiro de 2008.
Grandes patifes.
Não tiveram nem têm, honra nem palavra; lealdade, humildade; valores; seriedade, honestidade e não sei que mais. Não tiveram nem têm nada.
E agora dizem que é mais que necessário e urgente, um novo paradigma de economia tanto a nível nacional, como europeu e mundial.
Já o poeta escritor Adolfo Correia da Rocha dizia:
“Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém respeita ninguém. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos e já se não crê na honestidade dos homens públicos”.
Hoje penso que o País perdeu a inteligência e a consciência moral, não  lhes interessa, nem querem saber.
Naturalmente, talvez até nem sabem quem é o poeta escritor!
Mas interessa sim, saber que toda sociedade que não conseguiu enxergar e que por muitas vezes chegou a desrespeitar:
Aparece agora a reclamar!

Novelas, 5 de Dezembro de 2010


Reinaldo Meireles







O SISTEMA - Não faças parte dele!

A política, a economia, e a religião, este trio de horrores criado pelo ser humano, assola a terra e engana todos aqueles que tentam viver com alguma seriedade e tranquilidade.
Naturalmente que quase todos, já passaram por uma considerável quantidade de medos e ansiedades, relacionados com um qualquer destes três aspectos que nos leva a pensar, no que mais teremos de enfrentar.
Mesmo de um modo simples, entende-se este trio como instrumentos terríveis que muitos usam, para escorar as suas ilusões de segurança e controlo.
Essas estruturas e ideologias, tentam criar uma sensação de certeza e segurança, mas tornam-se inúteis, porque nada disso existe.
É tudo FALSO!
O sistema não pode garantir essa segurança, nem permite gerir e orientar a nossa vida.
O panorama criado com que nos deparamos hoje, tira-nos a simplicidade e a pureza de desfrutar as coisas belas da vida.
A sociabilidade, a partilha, o convívio e o contacto humano.
É o que é. No entanto, apesar do sistema e das ideologias estarem por toda a parte, e de todos os esforços vãos e fúteis da humanidade, Novelas é uma freguesia agradável e ainda tem uma liberdade que pode fazer uso, permitindo-o estar dentro do sistema sem fazer parte dele.


Novelas, 25 de Agosto de 2010
Luísa Cruz


OUTONO CULTURAL EM NOVELAS



No passado fim-de-semana dia 27 de Novembro de 2010, inserido no Outono Cultural realizou-se no salão Polivalente da Junta de Freguesia de Novelas, um concerto musical denominado Reciclados ou Reciklados e a sala foi se compondo esperando ansiosamente pelo espectáculo.
Foi a segunda actuação da mesma banda, com diferente e surpreendente denominação, que deram imaginação e ao gosto musical, composto por:
Alberto Monteiro, Presidente da Junta de Freguesia de Novelas, na viola acústica; Eduardo Oliveira na viola baixo; Duarte Barros na bateria; Rogério Ferreira na guitarra; e vozes de Mónica Magno e Helena Arriscado.
Foi com todo o prazer que estive presente, e que como moderador e formando operador de imagem na hierarquia cinematográfica e televisiva, faço alguns pequenos reparos.
Fiquei bastante satisfeito com o trabalho, a banda esteve bem, a realçar duas vozes excelentes que poderiam sobressair melhor, apesar da sua simpatia e profissionalismo.
Os elementos da organização, tentaram a todo o custo, resolver falhas que se prendiam com o som e a iluminação, mas que permitiu apreciar com qualidade um trabalho que considero no entanto muito positivo.
Existiu sempre bom ambiente e convívio entre o público, mas ao contrário dos costumes da freguesia, os horários estabelecidos não foram cumpridos, sendo a falha que pudesse ter existido rapidamente corrigida de uma forma aberta, sem que o público fosse prejudicado.
O espaço era grande e acolhedor, o palco ao fundo da sala era convidativo a que pudessem realmente ver um trabalho de vários meses de empenho e dedicação, sendo uma boa aposta organizativa, e que penso que agradou ao público, que aderiu a este concerto.
Tocaram, cantaram e encantaram no tempo previsto (aproximadamente uma hora) proporcionando um excelente convívio que cativaram com alguma audiência.
Foi uma agradável surpresa para os presentes e na minha opinião, foi melhor que o anterior. Deixou o público mais efusivo com a apresentação de doze temas musicais; onde o público cantou, saltou, e não se esqueceu do merecido concerto.
Entendo que tudo o que é feito, com boa intenção e empenho, deve ser distinguido e agradecido, como foi demonstrado pelas palmas, que o público muito bem soube reconhecer com gratidão.
Nota-se no entanto claramente, que cada vez mais as iniciativas vão tendo menos audiência, ou é tudo ou nada, e claro o futebol é o rei da cultura de que nós somos o produto final.
É pena.
Apesar de tudo para mim: Foi bom!

Novelas 21 de Dezembro de 2010

Reinaldo Meireles









CIMEIRA OU BRAÇADEIRA

Arrastados, rebolamos impiedosamente envergonhados, e mergulhados imploramos condições…
Somos nós, a parte baixa!
Sem direito a uma reunião, nem tão pouco a uma simples opinião.
Esta foi a “Cimeira” dos desgraçados e dos coitados, onde alguns sem forças continuaram a aplaudir e a aceitar tanta a asneira, só porque afinal houve uma CIMEIRA.
Hoje vivemos com tanta peneira, e perdemos um vasto tempo a convencer-nos de que somos bons, cheios de bazófia mas numa linhagem, completamente sem princípios e valores.
Tanta preocupação em reavaliar o sistema financeiro, quando a nossa inquietação deveria ser parar e reequacionar o nosso sistema familiar.
Nesta época do ano, devia-mos fazer por merecer nota máxima, ter direito ao uso da braçadeira como marca da boa avaliação, dos nossos actos e acções.
A população mais velha, os mais antigos acham que o passado era melhor que o presente, e nós os mais novos se prestarmos a devida atenção, conseguimos ver em seus olhos que isso é verdade.
Esse era um tempo em que o idoso era considerado o mestre, tratado como sábio e respeitado. Hoje ninguém respeita ninguém, porque não se fortaleceu em dar o seu melhor, porque não se esforçou em transmitir conceitos e ideias importantes para a construção da vida de cada um.
Penso que a fórmula para sermos opulentes não está em jogar no euro milhões!
A riqueza é diferente e vai mais longe.
 O tesouro de cada um de nós encontra-se no nosso coração, e para isso basta ouvir com atenção o que ele tem para nos dizer e não nos deixarmos enganar.
Eu sempre ouvi dizer, que quem não tem dinheiro, não tem vícios. Por isso, esta cimeira fez com que os Portugueses se sentissem como filhos da família disfuncional que na altura de imposição de poupança preferiu endividar-se e apostar os últimos tostões (neste caso milhões), num bilhete da lotaria e esperar que desse certo.

Somos simplesmente extraordinários.

Novelas 27 de Dezembro de 2010


Luísa Cruz






Pensamentos espontâneos

Dei comigo a pensar; na nossa existência e o porquê do desaparecimento…
Dei comigo a pensar; que não faz qualquer sentido preparar o futuro se podemos não passar do presente…
Dei comigo a pensar; porque razão não temos sintomas da morte, para ir a tempo de a evitar…
Dei comigo a pensar; porque não temos uma segunda oportunidade de vida…
Dei comigo a pensar; se temos vontade de viver mais, porque é que a vida não nos é prolongada…
Dei comigo a pensar; que a nossa durabilidade de vida nunca é suficiente para concluir os nossos objectivos…
Dei comigo a pensar; que e o luto se veste de preto mas a saudade não tem cor…
Dei comigo a pensar; que devíamos aproveitar melhor o tempo, porque cada minuto desperdiçado são momentos da vida irreversíveis.

Uma simples homenagem á memória de José Carlos Cunha.

Paulo Meireles


ERA UMA VEZ…

Naquele tempo, que já lhe perdi a conta, meu trisavô dizia “Não te cuides pois, haverá sempre que merendar é só ir colher ao campo mas, não bulas lá”. Naquele tempo, o Polvo (não o “Zé Povinho”)… o “Polvo” era duro de roer mas, a verdade é que “havia sempre que merendar”. Os anos foram passando, chegou outro Polvo o qual, deixava o “Zé”… entenda-se “Zé Povinho” voar como uma gaivota. Só que, voou-se cada vez mais e mais alto – era tudo do bom e do melhor tanto para o “Zé” como para o “Polvo”…; ao ponto de não se conseguir controlar o voo assim como a descida. Descida essa, que ainda está a ser a pique e, cada vez mais veloz (parece que cortaram as asas ao dito “Zé Povinho”. O “Polvo”… esse continua com as regalias que sempre teve, tem e terá mas, o “Zé”!… o “Zé”! As regalias que teve, já as chora e se a inflação continuar a subir, ainda terá de pagar impostos sobre o que nunca teve, não tem nem nunca terá.

André Filipe Ramos



APROVEITA BEM O TEU TEMPO!

No começo de cada ano é costume, e convém fazer o balanço do ano anterior.
Para um bom aproveitamento do tempo neste começo de ano, deveríamos reflectir no seguinte:
Todas as manhãs são postos na nossa conta da vida 86.400 segundos e se não utilizarmos bem este nosso saldo diário, não há segunda oportunidade de utilizarmos o que sobra… pois já passou!
Assim, faremos os nossos planos de modo a esgotarmos todo o nosso tempo diário… com o objectivo sempre presente: saúde, felicidade, gratidão, responsabilidade e muita HUMILDADE.
Pois bem, a nossa vida é para ser aproveitada com maior ou menor dificuldade e não devemos deixar nem permitir tal como aconteceu no dia 4 de Janeiro o fenómeno (eclipse) escurecer o nosso dia-a-dia.
Devemos estar atentos e valorizar cada segundo da nossa conta de vida, ser realistas e não dar ouvidos ao desânimo, mas sim persistir com confiança, sem procurar respostas para as coisas surpreendentes que acontecem.
Conhecer o futuro não é solução para os nossos problemas, mas é da nossa responsabilidade, construir e acautelar nosso futuro.
Devemos fixar bem os objectivos e numa sequência de prioridades, a começar pelo esforço tentar alcançar os mesmos, tendo sempre em mente que não está na riqueza, fama ou posição elevada, a FELICIDADE.
A luta do dia-a-dia, em conjunto com os bons e maus momentos e a expectativa, é que dão sentido á vida.

Não faças da vida uma futilidade, aproveita-a.
Ela vale muito mais. 


Luísa Cruz






SENTIDA HOMENAGEM
Foi com enorme consternação e pesar, que Novelas tomou conhecimento no passado dia 03 de Fevereiro do falecimento de José Carlos Fernandes Cunha, com 38 anos.
Carlos ainda era jovem, nasceu em 11 de Outubro de 1972, funcionário do teatro Nacional de S. João, tinha como actual director da administração Ricardo Pais e seu patrono o Ministério da Cultura.
Para além da sua presença e múltipla participação no seu funeral, tornando-se numa exemplar despedida os Novelenses renderam-se perante um injusta e cruel perda que que deixou mais uma família num grande sofrimento.
Desde muito cedo o Carlos colocou á disposição da reguesia de Novelas os seus préstimos, sendo Presidente da Associação Recreativa Novelense e do Grupo de Teatro de Novelas, onde participou e colaborou em eventos culturais/recreativos.
Assisti em conjunto com familiares, colegas de trabalho e amigos, ali frente ao altar e ao olhar de Deus, á mais bela e bonita missa de despedida que jamais tivera visto num dia tão difícil para todos.
Padre Paulo confortou a família, ao falar da partida de Carlos, para junto de Deus e do carinho que tinha com todos, a quando da sua passagem e vivencia tão curta.
Entre uma igreja repleta de gente naquele momento de muita dor, a emoção invadiu o coração dos Novelenses, que intentavam prestar o seu último adeus e mostrar o seu sentimento face ao acontecido.
As palavras foram escritas com a alma e reflectem o mais sublime dos sentimentos:
“A sua vida foi uma montanha de sonhos cristalinos como a água e calmos como um sorriso de um menino…”
Não há palavras!

Só Deus e o tempo vão curar essa dor!
Paz à alma do Carlos, eterno descanso e respeito pela sua memória.



Reinaldo Meireles


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